Os olhos podem dar visibilidade à saúde do corpo como um todo, já que alterações no sistema visual servem, muitas vezes, como indício de problemas como diabetes, distúrbios na tireoide, no fígado e outros. Veja, abaixo e lembre-se: para saber se uma alteração é inofensiva ou indica algo mais grave, é sempre necessário consultar um oftalmologista.
Moscas volantes
O termo se refere à visualização de manchas (em forma de minhocas ou pontinhos) que aparecem especialmente quando se observa uma parede ou uma folha de papel em branco. Essas manchas são, na verdade, sombras dentro do olho, relacionadas à degeneração do humor vítreo (substância incolor e gelatinosa que preenche o globo ocular). Embora se trate de um processo natural que, geralmente, não traz maiores complicações, a avaliação médica é indicada. Isso porque existe um risco, ainda que baixo, de a degeneração do vítreo afetar a retina.
Olhos amarelos
A alteração da cor é observada em pacientes com problemas no pâncreas ou no fígado. Os olhos amarelados são um dos sintomas de quem, por exemplo, tem hepatite –inflamação do fígado por agentes infecciosos. O quadro também pode estar presente em pessoas com cirrose ou câncer no pâncreas. Alterações nesses órgãos levam a um aumento da bilirrubina circulante no sangue [substância alaranjada que, normalmente, é descartada nas fezes] e esse acúmulo gera a icterícia [coloração amarelada na pele e outros órgãos].
Pterígio
Essa formação de aparência carnosa, que surge no canto do olho, atinge especialmente aquelas pessoas mais expostas aos raios ultravioletas –como surfistas e pescadores. Trata-se de uma alteração fibrovascular da conjuntiva, que reveste o olho, e, a princípio, não interfere na qualidade da visão nem precisa gerar maiores preocupações. Ainda assim, o acompanhamento oftalmológico é importante, já que, se o pterígio avançar muito e afetar a córnea, o paciente pode desenvolver astigmatismo (comprometimento visual em que tudo parece meio borrado). Nesse estágio, pode ser necessário fazer uma intervenção cirúrgica. De modo geral, recomenda-se que quem tem pterígio use regularmente óculos com filtro UV e evite expor os olhos a poeira, vento e água do mar, além de ter cuidado com piscinas com muito cloro.
Visão em túnel
Esse problema costuma estar relacionado ao glaucoma. No entanto, na fase inicial, o paciente não apresenta sintomas dessa patologia, caracterizada por danos progressivos ao nervo ótico. Se a doença for negligenciada, o paciente só vai perceber quando perder o campo periférico da visão. E, nesse momento, não há mais como regredir o quadro. Também é possível que a visão em túnel tenha como causa outras patologias graves, como retinose pigmentar (que inclui ainda a perda da visão à noite), AVC (acidente vascular cerebral) e tumores intracranianos. Portanto, é fundamental investigar a origem do problema o quanto antes.
Por: Amarílis Lage
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