“Qualquer tipo de arte, seja pintura, escrita, teatro ou música, agrega os mundos. Gosto de viajar o mundo de moto, e toda vez que chego a um hotel que tem um piano e estou com vontade de tocar, é interessante como isso abre o leque de amizade. A música é universal”, declara Eduardo Paulino, nome conhecido e influente em Santos, onde nasceu e atua como médico oftalmologista e pianista.
Bem-sucedido em ambas as carreiras, Paulino é um grande incentivador das artes e um benfeitor cultural: como pianista, ele costuma dedicar a bilheteria de seus concertos para entidades culturais, sociais e ambientais; como diretor cultural da Pinacoteca Benedicto Calixto há 16 anos, ajudou a formar público para a música clássica e exposições de arte. Também atua como conselheiro, há seis anos, da Fundação Bachiana, entidade sem fins lucrativos do maestro e pianista João Carlos Martins, de quem é amigo e grande admirador.
Para Paulino, o mundo cultural permite o convívio entre indivíduos de qualquer origem e classe social: “A cultura é uma forma de equalizar as pessoas. Vemos grandes profissionais liberais e empresários curtindo tudo o que a arte pode trazer ao lado de pessoas muito simples, mas que têm o dom e a vontade de melhorar culturalmente”.
Ele ressalta que a Pinacoteca, hoje, é um marco na formação de novos conjuntos musicais, entre os quais, o Quarteto Martins Fontes, e públicos de dentro e fora da Cidade para concertos, assim como é um ponto nobre para a realização de grandes exposições de arte – entre as quais, a mostra Anjos Escultores, com obras de Daniel Gonzalez e seu pai, Serafim, promovido pelo Grupo Vapalu de Artes.
O pianista tem consciência de que a imponência da sede da Pinacoteca, que funciona no Casarão Branco, na Orla, pode até afastar as pessoas num primeiro momento: “Elas passam em frente e têm uma resistência, pois acham aquilo muito chique e pomposo, mas quando começam a frequentar, entendem que é acessível”, diz e explica: “Na verdade, abrimos o leque de manifestações culturais e conseguimos colocar pessoas de poder aquisitivo menor dentro da Pinacoteca, assim como crianças, por meio da contação de histórias, e pessoas da Terceira Idade, que se tornaram habitués dos concertos”.
Formação musical
Paulino considera que teve a sorte de iniciar seus estudos musicais com a mãe, Adelci Paulino, que entrou para o Guinness World Records – o antigo Guinnes Book, como a violinista profissional mais antiga em atividade, aos 96 anos e 325 dias. “Comecei estudando violino aos 6 anos de idade, e logo fui para o piano. Quando entrei em Medicina, não me distanciei do instrumento e continuei tocando. Nesse ínterim eu desenvolvi um estilo próprio de tocar e compor”, conta o músico, que produziu e lançou seis CDs, todos com a renda das vendas revertidas para entidades sociais: “O primeiro concerto que fiz, reverti para crianças soropositivas, quando a Aids estava começando no Brasil”, lembra.
Um dos ápices de sua carreira musical foi o concerto realizado no Principado de Mônaco, no Sul da França. “Participei de um Summit para 1,5 mil convidados, com o objetivo de realizar o bem cultural e ajudar fundações no mundo todo. Eu tive o grande prazer de lançar a música Ode a Mônaco, na sala imperial do Hotel de Paris, com 200 mil Euros revertidos para fundações ambientais, entre as quais uma que cuida dos afluentes do Rio Amazonas”, destaca.
Paulino acredita que, pela sua escola e formação, poderia ser considerado um músico profissional, mas que nunca fez um concerto para guardar algum tipo de ganho para si. Recentemente, ele realizou mais uma edição do projeto Duelo de Pianistas, criado na Pinacoteca e levado para o Teatro Coliseu, no Centro Histórico, no qual dois pianistas se desafiam no palco. “Eu me encontrei pela segunda vez com o pianista e maestro Mario Tirolli. Tocamos diversos estilos musicais, do clássico ao moderno, passando pela bossa nova, com renda revertida para a Pinacoteca Benedicto Calixto”, ressalta.
Segundo Paulino, a Pinacoteca sofre muito em suas arrecadações. “Nós oferecemos muito, de cursos a concertos, tudo gratuito e precisamos de doações de empresas, de patrocinadores”, reconhece. “Muitas vezes, as grandes empresas não têm consciência do quão importante é investir na cultura, na formação das pessoas. Não pensam no marketing positivo. Se você vai aos EUA, só em Los Angeles existem mais de 20 orquestras sinfônicas bancadas por grandes entidades”.
Fonte:https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/especial-publicitario/grupo-vapalu/economia-criativa/noticia/2019/09/30/diretor-cultural-defende-acesso-a-arte-como-forma-de-equiparar-pessoas-de-diferentes-origens.ghtml
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