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Estudo associa doenças oculares e depressão. - Eduardo Paulino

Estudo associa doenças oculares e depressão.

04 de setembro, 2019

Estudo mostra que 1 em cada 4 pessoas com doença ocular tem depressão. Saiba prevenir.

Situações estressantes e de crise a todo momento alteram a produção de hormônios. Resultado: levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas e prevê que até 2020 se torne a principal doença incapacitante no mundo. Para o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto outras enfermidades são a principal causa do distúrbio mental. Prova disso é que uma em cada quatro pessoas com alterações visuais tem depressão segundo uma metanálise de pesquisadores chineses. A saúde dos olhos, ressalta, está estreitamente conectada à sistêmica. Por isso, além das consultas oftalmológicas periódicas recomenda atenção às atividades físicas, controle do peso e da glicemia. Isso porque, explica, o sobrepeso, o diabetes e a hipertensão são verdadeiras epidemias no Brasil segundo o Ministério da Saúde e todas estas alterações prejudicam a visão.

Prevalência

Queiroz Neto afirma que um levantamento que realizou no hospital mostra que as doenças oculares são mais frequentes entre mulheres. O mesmo acontece com a depressão, segundo a OMS. No Brasil, a agência calcula que 5,8% da população ou 12 milhões de pessoas têm depressão. O país só fica atrás dos Estados Unidos, Estônia e Austrália que ocupam a segunda posição global do transtorno. Em cada um desses países a doença atinge 5,9% da população. A Ucrânia lidera o ranking global com 6,1% de prevalência.

A metanálise

O especialista conta que a metanálise que correlaciona saúde ocular e depressão foi realizada na universidade de Sun Yat-sem (China) com base em 28 estudos selecionados a partir de mais de 3 mil referências. As doenças analisadas foram olho seco, glaucoma, degeneração macular e catarata. Em média 25% dos portadores desenvolveram depressão. A prevalência associada à cada uma delas foi de: 29% para olho seco, 25% para glaucoma, 24% para degeneração macular e 23% para catarata. Não é para menos. A nossa independência e interação com o meio ambiente depende em 85% da visão e estas doenças reduzem a agilidade.

Cuidados e Prevenção

Catarata – Quem viver um dia terá e certamente é a principal causa de depressão relacionada à saúde ocular. Isso porque, responde por 49% dos casos de cegueira no Brasil, ou seja, atualmente incapacita 700 mil brasileiros. O médico explica que na maioria dos casos está relacionada ao envelhecimento que torna opaco nosso cristalino, lente interna do olho. A boa notícia é que a esta cegueira é reversível. O único tratamento é o implante de uma lente dentro do olho que substitui o cristalino opaco. Para quem depende do sistema público de saúde a dica do oftalmologista é programar uma consulta oftalmológica anualmente. Isso porque, no início a catarata não é percebida e na maioria dos casos a cirurgia só acontece depois de meses do diagnóstico e até mais de um ano. O especialista ressalta que quem faz tratamento com corticoide ou toma antidepressivo deve programar as consultas semestralmente porque alguns medicamentos aumentam em até 50% o risco de desenvolver catarata.

Olho seco – Queiroz Neto explica que embora não seja uma doença grave, pode causar lesões na córnea e queda na acuidade visual. É uma deficiência da lágrima que atinge 12% de todas as faixas etárias da população por causa do uso das telas digitais, salienta. Um levantamento realizado pelo médico mostra que entre pessoas com ceratocone, doença que afina e deforma a córnea, este índice sobre para 24%.

As principais prevenções elencadas pelo oftalmologista são: evitar o excesso de ar refrigerado ou aquecido; beber 2 litros de água/dia; consumir fontes de ômega 3 – linhaça, salmão, sardinha, castanhas ou bacalhau; piscar voluntariamente em frente às telas digitais e desviar os olhos para um ponto distante a cada meia hora. Se ainda assim continuar tendo a sensação de areia nos olhos, vermelhidão e visão embaçada deve consultar um oftalmologista. “Usar colírio lubrificante impróprio, pode causar olho seco crônico” afirma.  A última palavra em tratamento são as aplicações de luz pulsada que estimulam a produção da lágrima.

Degeneração macular – É a perda da visão central relacionada ao envelhecimento, histórico familiar, hábito de fumar, má circulação relacionada ao diabetes ou hipertensão arterial e exposição dos olhos ao sol sem lentes com filtro ultravioleta. A dica do especialista para perceber a doença no início é observar se enxerga linhas tortuosas em uma moldura, ocluindo um olho e depois o outro com a mão em concha. Caso o contorno deforme deve consultar um oftalmologista imediatamente para interromper o processo de degeneração na retina.

Glaucoma – O oftalmologista afirma que a doença não tem sintomas no início. Maior causa de cegueira irreparável no mundo, o glaucoma é causado em 90% dos casos pelo aumento da pressão intraocular que provoca a morte de células do nervo óptico. “Quem tem casos na família, ascendentes negros ou é asiático deve consultar um oftalmologista anualmente a partir dos 40 anos” salienta. Pessoas em tratamento contínuo com corticoide devem passar por consulta semestral porque a medicação pode causara doença. O uso constante de colírios prescritos por um oftalmologista permite manter a visão até o fim da vida.

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier

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