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Olhos também são porta de entrada para o vírus da gripe. - Eduardo Paulino

Olhos também são porta de entrada para o vírus da gripe.

26 de junho, 2018

Oftalmologista Dra. Regina Cele fala sobre causa e prevenção de conjuntivite viral

Quando o assunto é gripe, a maioria das pessoas somente pensa na transmissão da doença via boca e nariz, esquecendo-se da correlação da doença com os olhos. Mas aí vem a coceira, a vermelhidão e o lacrimejamento ocular, as pálpebras inchadas, a sensibilidade à luz. Esses são os principais sintomas da conjuntivite viral, doença muito comum nesta época do ano e que pode ser transmitida pelo mesmo vírus da gripe, via contato com pessoas infectadas.

“Acreditamos que a melhor forma de proteção ocular é evitar colocar as mãos nos olhos e coçá-los, além de, paralelamente, manter atualizado o calendário vacinal, para assegurar a menor exposição a doenças virais”, diz a oftalmologista Dra. Regina Cele Silveira Seixas. A especialista afirma que o maior agente transmissor é o contato dos olhos com mãos contaminadas.

Outono e inverno são as épocas em que os casos de conjuntivite viral ligados a ocorrências de gripe são mais frequentes. “O vírus circula o ano todo, mas ganha força nas estações mais secas e frias do ano”, explica a Dra. Regina. Conforme esclarece a médica, a baixa umidade do ar nos meses mais frios resseca todas as mucosas e reduz as defesas do organismo, inclusive a lágrima, que tem a função de proteger a superfície ocular. “A consequência é que, nessa época do ano, o ressecamento dos olhos associado à gripe aumenta o risco de contrair conjuntivite viral. Isso porque, apesar da conjuntivite nem sempre ser causada pelo mesmo vírus, estar gripado é um evidente sinal de queda na imunidade, o que torna os olhos mais vulneráveis à inflamação”, conclui.

De acordo com a oftalmologista, embora os sintomas oculares causados pelo vírus da gripe tendam a ser relativamente leves, essas infecções são preocupantes devido ao potencial da superfície ocular de servir como uma porta de entrada para que o vírus estabeleça infecções respiratórias. Os grupos de maior risco de contaminação são grávidas em qualquer idade gestacional, idosos maiores de 60 anos, crianças menores de cinco anos e portadores de doenças crônicas, daí serem o foco das campanhas de vacinação contra a gripe.

Conjuntivite viral

A conjuntivite é uma doença causada por inflamação na conjuntiva, membrana transparente que recobre os olhos, e que pode ser causada por vírus, bactérias, alergenos (substâncias com potencial de causar sensibilidade e alergia) e toxinas. Em crianças, a origem viral, altamente contagiosa, pode representar até 50% dos casos de conjuntivite. Toda e qualquer mucosa pode ser porta de entrada de vírus e bactérias. O vírus não é transmitido pelo ar, mas se o paciente tocar algum objeto com a mão suja de vírus e outra pessoa utilizar o objeto e colocar a mão nos olhos, ela pode pegar a infecção.

Geralmente, o paciente com gripe ou resfriado pode ter conjuntivite, por estar infectado com um vírus, desenvolvendo sintomas como olhos vermelhos, sensibilidade à luz, sensação de corpo estranho, edema palpebral e dor ocular. O período de incubação varia de 3 a 14 dias, e a viremia, presença do vírus no sangue circulante, ocorre em até uma semana. A doença clínica pode incluir um início agudo de febre, erupções na pele, dor nas articulações e conjuntivite. Em alguns casos, pode causar dor de cabeça e dor muscular.

Procure um oftalmologista

O primeiro passo para tratar a conjuntivite viral é procurar um médico oftalmologista de confiança. Ele poderá fazer o diagnóstico preciso e avaliar as condições oculares do paciente, para prescrever o melhor tratamento para combater os sintomas.

“Também são muito comuns quadros de rinite alérgica, e, consequentemente, conjuntivites causadas por alergia. Os sintomas são semelhantes, mas, ao contrário da conjuntivite viral, não é uma doença contagiosa. Alguns pacientes enfrentam no inverno sensação de corpo estranho por olho seco, condição recorrente em temporadas com poucas chuvas. Tudo isso deve ser levado em consideração no diagnóstico das doenças oculares mais oportunistas nessa estação do ano e no tratamento mais adequado”, conta a Dra. Regina Cele.

Prevenção

Confira as principais dicas da especialista para prevenir a contaminação dos olhos:

  • Tomar vacina contra a gripe anualmente, no outono.
  • Lavar as mãos e o rosto com frequência.
  • Evitar aglomerações em locais mal ventilados.
  • Usar lenço descartável para evitar que a secreção da tosse e do espirro se espalhe.
  • Não compartilhar lenço, toalha, fronha, colírio e maquiagem.
  • Praticar exercícios moderados e constantes.
  • Manter uma alimentação equilibrada e saudável.
  • Beber bastante água.
  • Dormir regularmente.

Fonte: Assessoria de comunicação do Hospital de Olhos do Brasil (HOBrasil)

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