Pesquisadores das Escolas de Farmácia e Medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, desenvolveram um pequeno implante ocular que promete simplificar a administração de remédios para glaucoma, tornando o tratamento mais eficaz e a vida dos pacientes mais fácil. O glaucoma é uma doença que afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. Se diagnosticada precocemente, é fácil de tratar: um colírio pode ser aplicado para diminuir o acúmulo de líquido no olho subjacente à condição, prevenindo a cegueira irreversível com uma boa taxa de sucesso.
Mas as gotas oculares não são a solução perfeita para a doença. Muitos pacientes idosos que sofrem de glaucoma têm dificuldade em aplicar o colírio no tempo certo, o que é necessário até três vezes por dia. E mesmo quando cumprem este cronograma intenso, grande parte da medicação é drenada pelo sangue do paciente, perdendo seu alvo dentro do olho. Esses problemas podem se tornar passado, contudo, graças ao dispositivo criado no laboratório de Tejal Desai.
Direto no olho
Desai, chefe do Departamento de Bioengenharia e Ciências Terapêuticas, relatou recentemente o sucesso de um implante ocular em reduzir a pressão nos olhos de animais. Reconhecendo a necessidade de um método melhor para tratar da doença, os pesquisadores testaram materiais degradáveis que liberassem lentamente a medicação enquanto se dissolvem nos olhos. Eles então “cobriram” uma droga anti-glaucoma em filmes biodegradáveis, colocando remédio suficiente no pequeno dispositivo para durar mais de seis meses. Em seguida, implantaram os dispositivos em animais, medindo sua pressão ocular semanalmente durante 24 semanas. Além de algumas complicações raras e menores, o dispositivo reduziu com sucesso a pressão dos olhos nos animais durante o período de estudo.
No futuro
Desai tem esperança de que o dispositivo melhore os resultados para os pacientes. “Embora tenha havido avanços importantes nas formulações de colírios, nosso dispositivo reduz substancialmente o peso da conformidade do paciente de maneira segura e efetiva”, disse a cientista.
As próximas etapas do estudo vão incluir o desenvolvimento de procedimentos de fabricação que cumpram as leis de segurança atuais, bem como testar o dispositivo em animais maiores, antes de passar a ensaios clínicos com pacientes humanos.
Por: José Mulser
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